Todos os dias, inúmeros estímulos de publicidade, moda, cinema e, claro, redes sociais nos bombardeiam com informações. Isso nos levam a busca incessante pela beleza e perfeição do corpo, do rosto, do cabelo, da pele, principalmente quando se trata de mulheres. Como se não bastassem nossas próprias neuras, tudo isso reforça ainda mais nossas inseguranças e nos leva a consumir produtos para ficarmos cada vez mais bonitas, causando até mesmo distúrbios alimentares.
Vamos entender o que é o Transtorno Dismórfico Corporal, ou dismorfia corporal, também conhecida como a síndrome da feiura imaginária? É muito importante saber como identificar essa síndrome que afeta a percepção da aparência física em você ou nas pessoas ao seu redor, e o tratamento recomendado.
O que é dismorfia corporal
A dismorfia corporal ou dismorfofobia é uma psicopatologia relacionada à percepção do próprio corpo (dis, anormalidade, morfe, forma). Um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo, cuja incidência já atinge cerca de 2 a 3% da população. Não se trata de ver os próprios defeitos, mas sim de ficar muito intensamente obcecado com a própria imagem, a ponto de se ver até deformado.
Quem sofre de dismorfia corporal acredita que se olha com objetividade e, cuidado, porque isso pode acontecer com qualquer pessoa. Esse distúrbio faz com que a imagem processada pelo olho seja retrabalhada no cérebro com base em medos, expectativas, desejos etc., gerando uma obsessão ou um superdimensionamento de defeitos.
Especialistas, frequentemente, associam o distúrbio aos estímulos da publicidade e redes sociais como possíveis causas do transtorno. Não está claro se existe algum fator fisiológico, como a deficiência de serotonina, mas o que parece influenciar é a própria experiência da pessoa. Ou seja, a forma como vivemos nossa infância ou adolescência é decisiva em como formamos nossa personalidade e nossa forma de nos relacionarmos, inclusive com a nossa própria imagem.
Como saber se você tem dismorfia corporal?
Não se trata exatamente de não se sentir confortável com o próprio corpo, a dismorfia corporal vai um pouco além do desconforto. Confira os principais sinais da síndrome do espelho:
- Preocupação excessiva com “defeitos” físicos, seja o cabelo, nariz, a barriga, ou até mesmo os pés.
- Pensamentos obsessivos em torno desses “defeitos”.
- Comparação constante com o físico de outras pessoas, sejam próximas ou estranhos.
- Se olhar no espelho constantemente para ver como você está. E tentar esconder esse “defeito” dos outros de alguma forma, como maquiagens, roupas etc.
- Sensação de perda de controle sobre esses pensamentos ao redor do corpo.
- Isolamento social: não quero que ninguém me veja assim. Uma perturbação deste tipo pode ser verdadeiramente incapacitante e ter um impacto a nível social, familiar, laboral ou sentimental.
- Baixa autoestima, insegurança, ansiedade.
- Interesse -ou execução- por tratamentos estéticos ou mesmo cirúrgicos (cirurgias plásticas) para “corrigir” esse defeito.
Obsessão por treinos
Quando algo saudável como a prática de exercícios físicos e uma alimentação balanceada se torna uma obsessão, também pode ser sinal de dismorfia corporal, que neste caso pode ser classificada como vigorexia. Como esse ramo da doença se manifesta?
Sabe a lista dos possíveis sinais de transtorno falamos da obsessão pelos “defeitos” do corpo, a baixa autoestima e o possível isolamento que trouxemos acima? Podemos adicionar a ela um sinal a mais: uma verdadeira obsessão por treinos.
Você se sente mal se não for um dia à academia, passa horas trabalhando os diferentes grupos musculares – ou aquele que mais o obceca-, verifica se sua massa muscular aumenta, se tem abdominais, bíceps, etc? Atenção, esse pode ser um sinal de dismorfia corporal.
Tratamento da dismorfia corporal
Depois de tudo isso, a pergunta que não quer calar é: dismorfia corporal tem tratamento? E a resposta é SIM! Dá para sair dessa verdadeira prisão pela busca da perfeição!
Por ser um transtorno baseado em ideias e medos muito profundos, o tratamento indicado é o tratamento psicológico. Além de terapia, alguns casos são tratados em psiquiatria.
Lembre-se: o primeiro passo para o tratamento da dismorfia corporal é identificá-la. Por isso, atenção aos comportamentos. O próximo passo é procurar ajuda profissional para te orientar com a terapia adequada e por fim a percepção equivocada da sua imagem refletida no espelho.