O teste de gravidez deu positivo e a primeira pergunta que você se faz é: e agora? Qual o primeiro passo? Pare e respire. A primeira coisa a fazer é agendar uma consulta com um médico ou médica obstetra para contar que está grávida e então iniciar o pré-natal, que é o acompanhamento da gestação, semana a semana, até o parto.
A partir de agora, você vai se acostumar a contar o tempo em semanas. É que, para efeito de pré-natal, a gestação dura em média 40 semanas, mas pode durar até 42 semanas.
O Ministério da Saúde recomenda, no mínimo, seis consultas durante a gravidez, tais como: uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro. Até a 34ª semana, o ideal é consultas mensais até a 34ª semana. Entre a 34ª e a 38ª semanas, recomenda-se realizar uma consulta a cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, o monitoramento semanal, até o parto.
O atendimento médico deve constar no Cartão da Gestante pelos profissionais envolvidos no pré-natal. Assim, é possível realizar o acompanhamento, o diagnóstico e o tratamento de doenças pré-existentes ou que possam surgir durante a gestação.
Para te ajudar nessa jornada, preparamos um guia completo do pré-natal, com todos os exames que você deverá realizar durante o primeiro, o segundo e o terceiro trimestre até o nascimento do seu bebê. Confira!
Exames realizados no primeiro trimestre de gestação
Se considera como primeiro trimestre o tempo desde o momento da concepção até o final da 12ª semana de gestação. Os exames dessa primeira fase visam garantir que a saúde da mãe esteja favorável para a gravidez e que o embrião se instale e cresça corretamente, podemos dividi-los em duas parte:
Parte 1
– Primeira consulta: O médico obstetra fará algumas perguntas para entender o seu histórico médico (histórico familiar seu e do seu parceiro, doenças anteriores, patologias, histórico ginecológico…), além de perguntar qual foi a data da sua última menstruação para calcular a data provável do parto (DPP). Durante a consulta, realiza-se o primeiro ultrassom para verificar quantos embriões existem e se a gravidez é viável.
– Reconhecimento físico: O profissional médico verificará seu peso, altura e índice de massa corporal, bem como a condição de sua vagina e tórax. Também medirá sua pressão arterial.
– Citologia: O médico retira células do colo do útero para testá-las quanto a anormalidades ou infecções. A citologia do primeiro trimestre de gravidez é a mesma que se faz nos exames ginecológicos de rotina.
– Análise de urina: Para detectar albumina, níveis de glicose e bactérias. O exame de urina permite descartar qualquer infecção urinária, algo muito comum durante toda a gravidez.
Parte 2
– Análise de sangue: O primeiro exame de sangue é muito completo e os resultados dos exames de sangue do primeiro trimestre de gravidez são muito importantes. Verifica-se os níveis de ferro, colesterol, glicemia, além de servir para determinar o grupo sanguíneo e o Rh (em caso de Rh negativo o controle deve ser bem mais frequente). Junto com o exame de sangue, realiza-se um hemograma para detectar se a mãe está imunizada contra possíveis doenças infecciosas como sífilis, hepatite, HIV ou outra doença sexualmente transmissível, rubéola ou a famosa toxoplasmose.
– Teste de Coomb: Entre a 10ª e a 12ª semana. O teste indireto de Coombs ou triagem de anticorpos irregulares (EAI) é necessário para descobrir se havia anticorpos no sangue da mãe incompatíveis com os glóbulos vermelhos do bebê.
– Ultrassom de primeiro trimestre: A ultrassonografia de 12 semanas é muito importante para determinar o tamanho do embrião, calcular as semanas de gestação e a possível data do parto. Além disso, este ultrassom é para analisar de forma abrangente a anatomia do feto e rastrear possíveis doenças cromossômicas.
– Triagem tripla: Realiza ao mesmo tempo que o ultrassom de 12 semanas. É um teste de triagem genética que calcula por probabilidade se o feto tem uma anomalia cromossômica grave. Ele leva em consideração três dados: a idade da mãe, os níveis de duas proteínas produzidas pela placenta e o tamanho do bebê, além da translucência nucal.
– Teste pré-natal não invasivo: É um teste muito útil, pois fornece muitas informações sobre o feto e não implica riscos para a mãe ou para o bebê. Geralmente, os especialistas recomendam, quando o resultado da triagem tripla sugere que o feto pode ter um problema. Faz-se a partir de uma amostra de sangue da mãe e analisa o DNA fetal para detectar alterações genéticas relacionadas ao número de cromossomos, como as síndromes de Edwards, Patau e Down e outras doenças. Pode realizar a partir da 9ª semana de gestação, é mais confiável no primeiro trimestre, mas também pode fazer no segundo trimestre.
Exames realizados no segundo trimestre de gestação
No segundo trimestre , a mãe costuma estar mais relaxada porque o embrião já está crescendo e o risco de aborto ou aborto espontâneo diminui. Os exames realizados nessa fase são:
– Análise de sangue: Controle de rotina para revisar o estado geral de saúde da mãe e analisar um possível caso de anemia materna.
– Ultrassom de segundo trimestre: A ultrassonografia de 20 semanas, também conhecida como ultrassonografia morfológica, é especialmente reveladora porque geralmente é realizada em alta resolução. Permite um exame exaustivo da morfologia do feto e do seu estado cardíaco, além de possibilitar a identificação do seu sexo, e controlar o estado da placenta e do cordão umbilical. Nesse exame é realizada a biometria, que consiste em fazer uma série de medidas da anatomia do feto (cabeça, fêmur, abdômen). Esses dados servirão para detectar qualquer anomalia no seu desenvolvimento ou qualquer malformação pré-natal.
– Teste de O’Sullivan: Entre as semanas 24 e 28, um teste de triagem de glicose é realizado para descartar problemas de diabetes gestacional, que podem ser graves para a mãe e o bebê se não forem controlados a tempo. Se o resultado for positivo, é normal que recomendem fazer um teste de tolerância à glicose.
– Biópsia coriônica ou biópsia coriônica: Caso os níveis obtidos na triagem tripla ou no teste de DNA sejam preocupantes, você pode fazer a biópsia coriônica, um exame invasivo e arriscado, que consiste em analisar geneticamente as vilosidades coriônicas da placenta. Este exame é indicado caso seja detectado um problema cromossômico, em caso de histórico ou para pais que possam ser portadores de doenças genéticas. Pode ser feito a partir da 10ª semana, embora seja normal que seja feito no segundo trimestre, se for imprescindível.
– Amniocentese: Assim como a biópsia coriônica, a amniocentese é um exame bastante invasivo e arriscado, mas com diagnóstico seguro, utilizado para detectar anormalidades cromossômicas por meio da análise do líquido amniótico. Geralmente é feito quando a mãe tem uma idade mais avançada, histórico de saúde complicado ou porque os resultados de triagem tripla deram altas taxas de risco. O tempo para fazer este exame, se necessário, é entre as 15ª e a 20ª semana.
Exames realizados no terceiro trimestre de gestação
A partir da 25ª semana, a gravidez entra na reta final, ou seja, no terceiro trimestre, que pode durar até 42 semanas. Nesta fase, além de cuidar do desenvolvimento do bebê, a gestante começa a se preparar para o parto. Confira os exames fundamentais do terceiro trimestre:
– Ultrassom de terceiro trimestre: Normalmente realiza-se entre as semanas 34 e 36 e usa para verificar o estado vital do bebê, sua posição e medir seu crescimento. Mas também para avaliar o estado geral da gravidez, ou seja, detalhes como a posição da placenta ou o volume do líquido amniótico.
– Exames de sangue do terceiro trimestre: O estado de todos os níveis sanguíneos e a possibilidade de controlar anemia, algo que costuma acontecer neste trimestre. Nessa análise, também é preciso de exames de coagulação para preparar o parto.
– Exsudato vagino-retal: Realizado entre a 35ª ou 36ª semana de gestação, esse exame consiste na coleta de amostras vaginais e retais com um cotonete. O objetivo é descartar a presença de bactérias na mãe, especialmente Streptococcus Agalactiae, que pode transferir para o bebê durante o parto. Caso o exame dê resultado positivo, a mãe recebe um antibiótico antes do parto para evitar a transmissão para o bebê.
– Monitoramento fetal: Aproximadamente na semana 38, o monitoramento da gravidez é mais focado no bem-estar físico do bebê. O objetivo é controlar os batimentos cardíacos do feto, por um lado, e as contrações uterinas da mãe, se já estiverem ocorrendo. O monitoramento fetal anteparto (AFM) se repete várias vezes até desencadear o trabalho de parto e utiliza-se quando a mãe está em trabalho de parto.
#DicaDeAmiga: durante o pré-natal, converse com seu médico e equipe médica sobre o plano de parto. Nele, você poderá detalhar tudo que você gostaria que fosse realizado durante o seu parto para ter mais segurança e reduzir a ansiedade do Dia P.
Antes do parto, outra dica é realizar uma visita ao hospital para conhecer as instalações do local onde pretende dar à luz. Isso pode te ajudar a se acalmar até a chegada desse dia tão especial.
Gostou das dicas? Compartilha também com aquela amiga que está grávida, para que ela possa se preparar bem para Dia P. Boa hora!