Ansiedade na gravidez: Como passar por esse momento?

31 de agosto de 2023
Por EntreElas By Exeltis
O que é ansiedade, porque ela aumenta na gravidez e como passar por isso na gestação sem riscos para o bebê

Gravidez e ansiedade, para muitas de nós, podem ser duas palavras inseparáveis. A gestação, para muitas mulheres, é um processo turbulento emocionalmente, e não só pela vertigem causada pela sensação de ser mãe e pelas alterações hormonais, mas também por todas as incertezas, medos e preocupações pelo que está por vir.

Sentir-se sobrecarregada, ocasionalmente preocupada ou um pouco nervosa durante a gravidez é algo totalmente normal. Mas é importante aprender a distinguir o que são sensações comuns dessa fase da vida e os sintomas reais de ansiedade, para poder lidar com eles da melhor forma, sem prejuízo para você e para o bebê. 

O que é ansiedade

A ansiedade é um distúrbio psicológico que afeta muitas mulheres em várias fases da vida, além disso, aumenta no terceiro trimestre da gravidez e pode se complicar. Tratar é muito importante, pois o estresse muito intenso e prolongado ao longo do tempo pode afetar sua saúde e a do bebê. 

“Incertezas, expectativas, crenças e experiências passadas (nossas ou dos que nos rodeiam) sobre a gravidez e o parto podem levar a episódios de ansiedade durante a gravidez ”, explica Ana Sierra, psicóloga, sexóloga e especialista em acompanhamento e terapia de casal e perinatal e representante do Petit BamBou, um aplicativo de meditação e mindfulness com programas específicos para momentos como a gravidez. 

Também existem outros fatores que contribuem, em maior ou menor grau, para desencadear a ansiedade na gravidez, bem como: 

  • Perdas gestacionais anteriores.
  • As mudanças hormonais (estrógenos, progesterona, gonadotrofina, prolactina) são responsáveis ​​por muitas das complicações emocionais que surgem na gravidez.
  • Medo do desconhecido e incertezas tanto na gravidez e no parto quanto na nova etapa como mãe. Esse estresse fica mais evidente no terceiro trimestre.
  • Inseguranças em relação à vida profissional.
  • As tarefas domésticas e a carga mental também podem desencadear ansiedade, ainda mais quando já temos filhos. 
  • Inseguranças em relação ao relacionamento. Os desequilíbrios ou mudanças associadas à sexualidade ou ao desejo, podem gerar atritos. Sentir-se em harmonia, compreendida, ouvida e amada é fundamental para lidar com a ansiedade. O mesmo acontece com a família e rede de apoio social.  
  • Histórico de ansiedade ou ansiedade pré-gravidez. É muito comum engravidarmos com algum episódio de ansiedade nas costas. Pode ser ou por conta da ansiedade por engravidar ou por ter sofrido algum tipo de complicação em gravidez anterior. Nesse caso, os especialistas recomendam tratar a ansiedade corretamente antes de buscar a gravidez para garantir a boa saúde do feto e da mãe.

Como o excesso de estresse durante a gravidez pode afetar o bebê

Se você é, por natureza, uma pessoa nervosa ou tem dificuldade em gerir o estresse, não precisa se sentir culpada ou se preocupar excessivamente com a saúde do seu bebê. Porém, a especialista Ana Sierra, adverte que o mau estresse (angústia) afeta negativamente todo o corpo e suas funções. Viver a gravidez com estresse e ansiedade excessivos pode ter consequências no crescimento físico, cognitivo e emocional do bebé, ainda por cima, pode influenciar o parto.

O que a ansiedade e o estresse podem causar

  • Pode afetar o correto crescimento e desenvolvimento do feto, desde sua fecundação. 
  • Baixo peso ao nascer e maior risco de parto prematuro.
  • Aumenta o risco de aborto espontâneo.
  • Em mães com ansiedade muito alta, pode aparecer a rejeição do feto, geralmente associada a distúrbios mais graves, como a depressão gestacional.
  • Aumenta a probabilidade de que as crianças tenham problemas emocionais e comportamentais no futuro.
  • Problemas de comportamento, atenção e aprendizagem na criança.

Como lidar com a ansiedade na gravidez

Se você já sofria com ansiedade antes mesmo de engravidar, seu psiquiatra pode recomendar o melhor tratamento para que sua medicação esteja bem ajustada durante a gestação, para não colocar sua saúde em risco. Mas, independente de seguir tratamento médico, é importante adotar algumas medidas para reduzir a ansiedade e passar por esse período da forma mais tranquila possível. Pelo seu bem e pelo bem do seu bebê.

Dicas para reduzir os níveis de ansiedade durante a gravidez

  • Meditação. Meditar é altamente recomendado para encontrar o equilíbrio corpo-mente. E inclusive, durante a gravidez, seus resultados são espetaculares: ajuda a canalizar muito bem a energia e contribui para o bem-estar da mãe e do bebê.
  • Fuja de más notícias. Não se trata de ficar desinformada ou se colocar em uma bolha de proteção, no entanto, procure evitar tudo que possa te angustiar e piorar sua saúde mental.
  • Cuide da sua alimentação. Uma boa alimentação durante a gravidez é certamente essencial para a saúde física da mãe e o correto crescimento do bebê, entretanto, uma alimentação saudável proporciona claros benefícios para a estabilidade mental e ajuda a reduzir o estresse. Aumente a ingestão de ácidos graxos e nozes e inclua ômega 3 e infusões como chá verde, camomila ou lavanda em sua dieta.
  • Exercícios moderados. A atividade física reduz a ansiedade e a depressão na gravidez e aumenta os níveis de serotonina. Por isso, qualquer atividade física moderada é benéfica durante a gravidez, porém, se você não for muito esportiva, aposte em atividades tais como caminhadas ou ioga.
  • Expresse seus sentimentos para alguém em quem você confia. Compartilhar medos e preocupações é uma ferramenta muito útil para minimizar sua importância.
  • Consulte um especialista. Se estiver muito pesado para você, procure um especialista para te ajudar a lidar com a ansiedade durante a gestação. 

Medo do parto: a importância de se preparar para o dia P

As incertezas e inseguranças em relação ao parto são algumas das principais fontes de estresse para a gestanteSão tantas mudanças e adaptações, que é muito comum a mulher grávida sentir medo em relação ao desconhecido. 

O problema é desencadeado quando esse medo do parto se transforma em um pânico incontrolável e surgem pensamentos excessivamente negativos, como o medo de morrer no parto ou de que algo aconteça com o bebê na hora do parto. O medo do parto severo causa muito estresse e pode gerar problemas de saúde para a mãe e o bebê. 

Estas dicas podem ajudá-la a reduzir o medo do parto:

  1. As experiências dos outros são dos outros, não suas. Não se apegue ao que outras pessoas viveram. Fuja da sobrecarga de informações. A experiência da filha da mãe da sua vizinha, ainda que seja positiva, não vai ser igual a sua, não se preocupe com ela. 
  2. Mente sã, corpo são. Mais uma vez, a meditação pode ajudar a controlar o estresse, reduzindo os níveis de cortisol. 
  3. Tente se concentrar nas emoções positivas e deixe de lado os pensamentos negativos.
  4. Confiar na equipe médica ajuda muito. Procure se familiarizar, da melhor forma possível, com a equipe que vai prestar assistência a você durante o parto. Uma visita ao hospital, para conhecer as instalações do local onde pretende dar à luz, também pode ajudá-la a se acalmar. 
  5. Prepare um plano de parto detalhando tudo que você gostaria que fosse realizado durante o seu parto para ter mais segurança. 

#DicadeAmiga: procure aproveitar ao máximo a sua gestação. Algumas situações podem ser controladas, outras não. O mais importante é a sua saúde e a do seu bebê. Pense nisso!

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