Você sabia que há mais de 100 tipos de vírus de HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) e que pelo menos 14 deles são causadores de cânceres, entre eles o de colo do útero?
A principal forma de transmissão do HPV é por relações sexuais, sendo que a maioria das contraem a infecção logo após o início da atividade sexual. É por isso que nesse texto vamos falar de uma das formas de se proteger contra esse vírus que causa não apenas câncer de colo do útero – terceiro tipo mais frequente entre as mulheres –, mas também verrugas genitais, lesões pré-cancerosas e cânceres de ânus, vulva, vagina e pênis, além de outras doenças: a vacina contra o HPV.
Sua imunização contra o HPV está em dia? Continue lendo para entender quais são os tipos de vacinas disponíveis, quem pode tomar, quantas doses são e muito mais. Vamos juntos?
Tipos de vacinas de HPV e quem pode tomar

Há três tipos de vacinas contra o HPV: a bivalente, a quadrivalente e a nonavalente, sendo que a única disponível gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é a quadrivalente. Vamos entender as diferenças entre elas e onde podemos encontrar:
– Bivalente: essa vacina protege contra dois vírus, o 16 e o 18, que são os maiores causadores do câncer do colo de útero. Indica-se a vacina bivalente para meninos e meninas a partir dos 9 anos e não tem limite de idade. Está disponível apenas na rede particular, e administra-se em duas ou três doses.
– Quadrivalente: disponível gratuitamente pelo SUS, essa vacina protege contra quatro tipos de vírus do HPV mais comuns, que são o 6, 11, 16 e o 18, que podem causar verrugas genitais e os cânceres de colo do útero, do ânus e de pênis.
Indica-se a vacina quadrivalente para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Também está disponível para pessoas de 9 a 45 anos que tenham HIV ou que já realizaram transplantes. Também pode administrar em duas ou três doses, de acordo com a idade e prescrição médica.
– Nonavalente: essa vacina protege contra nove tipos de HPV: 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, que podem causar câncer do colo do útero, vagina, vulva e ânus, além de verrugas. É indicada para crianças e adultos, com idades entre 9 e 45 anos. Também disponível apenas na rede particular.
Também pode ser administrada em duas ou três doses, de acordo com a idade e prescrição médica.
Importante: a vacina é uma medida preventiva. Para o tratamento, o recomendado é procurar orientação e acompanhamento médico.
Prevenção contra o HPV
Além da vacinação, a melhor forma de se prevenir contra o HPV é o uso de preservativo durante as relações sexuais. Porém o Ministério da Saúde lembra que o preservativo não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois as lesões podem estar presentes em áreas não protegidas pela camisinha.

O exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir lesões que causam o câncer de colo do útero.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, o HPV é um vírus silencioso. As primeiras manifestações de cânceres causados pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção que, na maioria dos casos, é assintomática.
Entre as lesões digitais que podem aparecer estão verrugas irregulares, da cor da pele, dentro ou fora dos genitais de homens e mulheres – na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e região pubiana. Menos frequentemente, é possível aparecerem em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Além de dor, os sinais das lesões incluem coceira, sangramento e desconforto.
Bebês também chances de contrair o vírus no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe.
Quem não pode tomar a vacina contra o HPV
A vacina do HPV é contraindicada para os seguintes casos:
– Gravidez, mas pode tomar após o parto, sob orientação médica
– Pessoas alérgicas a componentes da vacina
– Febre ou doença aguda
Em caso de dúvidas sobre a vacina contra o HPV, procure orientação médica.
Mais argumentos para se vacinar contra o HPV
A gente espera que não seja verdade, mas se mesmo depois de tudo isso você ainda não tiver certeza da importância da vacinação, veja abaixo alguns dados sobre o HPV e tire suas próprias conclusões:
– 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas são causados por dois tipos de HPV, o 16 e o 18. Também há evidências científicas que relacionam o HPV com cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe.
– O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões menos desenvolvidas do mundo.
– Em 2018, aproximadamente 311 mil mulheres morreram de câncer do colo do útero; sendo cerca de 90% dessas mortes em países de baixa e média renda.
– O controle abrangente do câncer do colo do útero inclui prevenção primária (vacinação contra o HPV), prevenção secundária (triagem e tratamento de lesões pré-cancerosas), prevenção terciária (diagnóstico e tratamento do câncer invasivo do colo do útero) e cuidados paliativos.
– As vacinas que protegem contra os HPV 16 e 18 tem a recomendação da OMS e estão entre as aprovadas para uso em muitos países.
– Ensaios clínicos e vigilância pós-comercialização mostraram que as vacinas contra o HPV são muito seguras e eficazes na prevenção de infecções por HPV.
– O câncer do colo do útero pode ter cura se diagnosticado precocemente.